A liberdade e a responsabilidade sobre o que somos segundo Jean Paul Sartre

17/08/2013 03:30

A liberdade e a responsabilidade sobre o que somos segundo Jean Paul Sartre

 

Ao longo da Segunda Guerra Mundial, inúmeras atrocidades foram perpetuadas pelos homens que seguiram Adolf Hitler, líder do governo nazista alemão. Milhões de judeus foram assassinados. Ao final da guerra, a lucidez pairou sobre aqueles que disseminaram o ódio e a morte ao longo do regime nazista. Questionavam-se sobre como fôra possível milhões de pessoas terem sido enganadas por Hitler. No entanto, é necessário lançarmos a pergunta: enganar-se a si mesmo é uma escolha?

De acordo com Jean Paul Sartre, estamos em uma posição pouco agradável frente aos demais animais: somos livres. A nossa liberdade é fruto da nossa capacidade racional de fazer escolhas alternativas ao nosso instinto. Enquanto os demais animais são produzidos pela natureza, por sua programação biológica, diferenciando-se levemente entre si em razão de diferentes estímulos, nós seres humanos somos obrigados a nos produzir como indivíduos. No entanto, a produção daquilo que somos depende das escolhas que devemos efetuar. Assim, somos obrigados a escolher entre “A” ou “B”. Logo, a liberdade é uma imposição e, dessa forma, somos condenados à liberdade.

As ideias de Sartre nos levam à conclusão de que por mais que um elemento externo seja colocado diante de nós, eventualmente nos influenciando, como se diz popularmente, a chancela que define o somos são as escolhas que efetuamos. Assim, como no caso dos seguidores de Hitler, por mais que se alegue inocência mediante uma usurpação mental, em razão de uma forte influência sofrida pelos alemães diante de uma figura carismática e motivadora com a do líder alemão, em última análise, a responsabilidade erros cometidos recai sobre os próprios indivíduos que se deixaram ser influenciados e usurpados, pois com diz Sarte não possuímos uma essência, mas uma existência que abre possibilidades para múltiplas formas de ser. Em outras palavras “Não importa o que fizeram de mim. Importa o que eu faço com o que fizeram de mim”.

 

No vídeo abaixo, podemos notar que nem sempre a falta de oportunidade ou problemas de ordem familiar acabam necessariamente em uma profunda revolta individual ou na vida do crime. Para Sarte independente das condições que a vida nos oferece, somos responsáveis pelo que somos, pois efetuamos escolhas. Somos livres para escolher!

 

 

 

Flashaml 22/11/2012 - 22:15